terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

ÒRÌSÀ ÒGÚN

ÒRÌSÀ ÒGÚN

Quando Eledùmarè determinou aos Òrìsà que fosse criar a Terra, coube a Ògún indicar à eles o caminho que levaria ao local onde seria realizada a Grande Obra da Criação. Assim Ògún, filho de Odùdúwà, tornou-se o Òrìsà Olóònòn (Senhor dos Caminhos – aquele que abre, ou fecha), o bom andamento das trilhas que o homem tem que seguir em suas caminhadas na vida. É ele o guerreiro, desbravador, que vai traçando rotas e aumentando o terreno conhecido pertencente a seu Reino. È o grande conselheiro do Homem na hora de buscar um novo rumo para as decisões que a vida propõe. Portando é associado a luta e as conquistas da vida.
Ògún é o Òrìsà que faz justiça, não como o imparcial Sòngó, que é a justiça cega, como o Juiz das Leis dos Homens, mas é aquele que faz a justiça com as próprias mãos, segundo seu próprio julgamento. Portanto aos amigos tudo, aos inimigos sua ira implacável.

Em todos os oro / rezas restritas aos iniciados e Siré / festejos públicos cabe à ele ser o segundo òrìsà a ser louvado e evocado logo após Èsù. Como o oro de Èsù deve ser feito em local e horário separado, Ògún passa a ser o primeiro a ser louvado na segunda etapa da liturgia dos Òrìsà, seja em qual for a Nação do povo Yorùbá.
Ògún veste-se com Mòrìwò / folhas novas de palmeira (igi òpè) desfiadas – este éo motivo pelo qual se vê nas Ilá Òrìsà (Casa de Santo) folhas de palmeiras desfiadas e colocadas sobre as portas e janelas, que simbolizam o pedido à Ògún que não deixe nada de ruim entrar por estas passagens, que seja ele o senhor daquela fronteira.

Como algumas lendas contam que Ògún havia sido ferreiro, ele é tido como Senhor dos Metais, recebendo o título de Olóòbe/senhor da faca, Aláàda Mejì/senhor das duas espadas, ou ainda Àláàgbèdè/senhor da forja – ferreiro, assim em todo ritual, principalmente os de sacrifícios onde o obé/faca for utilizado, há que se pedir a permissão de Ògún para usá-la. Ògún é dentre o reino Mineral, a representação viva de todos os metais de um modo geral, detendo para si todo o poder que estes elementos têm na ordem do progresso da humanidade.

Reza de Ogun

Ògún laka aye
(Ogun poderoso do mundo)
Osinmole
(O próximo a Deus)
Olomi nile fi eje we
(Aquele que tem água em casa, mas prefere banho com sangue)
Olaso ni le
(Aquele que tem roupa em casa)
Fi imo bora
(Mas prefere se cobrir de mariô)
La ka aye
(Poderoso do mundo)
Moju re
(Eu o saúdo)
Ma je ki nri ija re
(Que eu não depare com sua ira)
Iba Ògún
(Eu saúdo Ogun)
Iba re Olomi ni le fi eje we
(Eu o saúdo, aquele que tem água em casa, mas prefere banho de sangue)
Feje we. Eje ta sile. Ki ilero
(Que o sangue caia no chão para que haja paz e tranquilidade)
Ase
Axé

Ògún awo, olumaki, alase to juba
Ògún ni jo ti ma lana talí ode
Ògún onire, onile kangun dangun ode
Orún egbé iehin
Pá san ba pon ao lana to
Imo kimobora egbé lehin a nle a benge ologbe
Àse


Oríkì para Ògún

Elogiado é o espírito do aço
Espírito de mistério do aço, chefe da força, dono do poder, eu o elogio
Espírito do aço abra os caminhos
Espírito do aço, dono da fortuna boa, dono de muitas coisas no céu, ajude em nossa viagem
Remove a obstrução de nossa estrada
Sabedoria do espírito em guerra nos guie por nossa viagem espiritual com força

Axé


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